O que o Poliamor não é

Poliamor não é:

 – Para todo mundo. Quando se multiplicam as relações, multiplica-se tudo. O numero de encontros, os compromissos, as emoções, algumas inseguranças, as DRs (“discutir a relação”). A administração da agenda fica mais complexa e os tempos livres mais apertados. Há pessoas que simplesmente preferem as coisas de um jeito mais simples e calmo. E isso a monogamia pode oferecer a elas.

 – Traição. Trair é quebrar um combinado. Romper um acordo. Poliamor essencialmente necessita dos acordos. Trair, ou quebrar um acordo, é sair dos princípios do poliamor. Saiba mais aqui.

 – Swing. O foco do poliamor não é o sexo. Não que o sexo seja excluído, mas o que lidera como princípio o estilo de vida do poliamorista é a possibilidade do amor, do engajamento emocional (mesmo que não aconteça sempre). No Swing, por muitas vezes o engajamento emocional é desencorajado, ou inclusive vetado. Há poliamoristas que também são swingers, assim como há motociclistas que colecionam selos. Não são coisas excludentes, mas são coisas diferentes.

 – Poligamia. O foco do poliamor não é o casamento/matrimônio. Pode ser que aconteça, pode ser que não. Mas o casamento legalmente consolidado com mais de uma pessoa é simplesmente proibido em nosso país. Em locais do mudo onde as pessoas se engajam na poligamia, normalmente há uma questão religiosa atrelada, e o mais comum é a poliginia. Não é impossível conceitualmente que exista poliamor dentro das relações poligâmicas, mas isso não faz deles sinônimos.

 – Orgia. O mesmo que foi dito para Swing também cabe aqui.

 – Livre de ciúmes. Sim, inseguranças acontecem com qualquer pessoa, em qualquer lugar, a qualquer momento, em relação a qualquer situação. Achar que os poliamoristas levam uma vida sem ciúmes é um grande equivoco. O que fazemos é lidar com essa insegurança de forma diferente de como ela é lidada na monogamia. Geralmente existe um esforço em substituir o veto pelo uso da empatia, e tentamos nos lembrar que a ameaça da substituição é algo muito menor no poliamor, onde se pode agregar pessoas sem necessariamente substituí-las. Saiba mais aqui.

– Amor Livre. Historicamente o amor livre está mais ligado à libertação sexual. Poliamor é sobre construir relacionamentos afetivos e românticos, com a possibilidade de surgirem engajamentos emocionais. Isso significa dar uma grande importância para a construção de compromissos e para o cumprimento de acordos, o que nem sempre se afina com o conceito de liberdade completa proposta pelos movimentos de amor livre.

 – Militância política contra a monogamia. Não há absolutamente nada de errado com a monogamia. O que poliamoristas tendem a criticar é a imposição da monogamia. Assim como a imposição do poliamor também seria um grande problema. O que existe em alguns grupos poliamoristas é uma militância (ainda que discreta) no sentido de dar maior visibilidade ao poliamor, ampliar o leque de informações e fazer com que a sociedade conheça cada vez mais as opções de relacionamentos que existem. Em alguns casos pode-se acabar fazendo críticas à monogamia, referindo-se geralmente à monogamia compulsória. Estes engajamentos tem normalmente a intenção de fazer com que a monogamia possa se tornar cada vez mais uma escolha, e cada vez menos uma imposição social.

 – Propagador de DSTs. Poliamor é diferente de liberdade sexual. Na maioria das vezes os acordos que permeiam as relações no poliamor, incluem questões de proteção e sexo seguro. Entende-se que a atividade sexual de uma pessoa pode afetar toda a uma rede afetiva, e todos os cuidados com a saúde são muito bem-vindos.